Não tenho paciência para muitas coisas. Acho que a paciência está diretamente ligada e relacionada a ansiedade. Considero-realmente-a paciência um dom. Obra divina mesmo.
Admiro quem espera numa boa um telefonema, alguém ou algo. Não consigo. Fico inquieta, balançando as pernas. Minhas pernas ganham vida própria: sacodem pra lá e pra cá. Meu coração dá uma acelerada e não adianta procurar o freio. Não pára. Esperar é entediante. Agoniante. Irritante. Alucinante. E mais uma série de "antes". Papos chatos? Sem paciência. Começo a bocejar e...novamente as pernas! Elas me entregam sempre. Jantares e eventos em que o sorriso é obrigado a estampar o rosto? Obrigação de ser gentil? Quando não há como evitar essa situação o jeito é disfarçar. Procuro a paciência em alguma prateleira aqui dentro e até que me saio bem. Falei que paciência é dom, certo? Vocês sabem que dom funciona da seguinte forma: tens ou não tens. Se não possuímos esse dom nobre e digno devemos procurar exercitá-lo da melhor forma possível e cabível.
Nos cruzamos todos os dias com pessoas estimulantes. Os que nos ajudam a exercitar a paciência. Inclusive devemos dizer um sonoro "obrigada" aos chatos, esses que colaboram para o exercício-Dalai-Lama.
E a simpática vizinha que resolve contar o problema de queda dos pêlos do cachorro da filha mais nova? Aham. Olha a minha cara de quem tem paciência de ouvir abobrinhas às 7:20 da manhã. Guardinha da rua que, na hora do almoço, quer prosa? Chega comentando que a gurizada da rua de cima anda fumando maconha na esquina. Paciência, onde andas? Congelo o sorriso. E fico balançando a cabeça. Concordo com tudo, se dá papo piora. Mas chato que se preza não se toca. Paciência, help me!
Não é fácil fazer o exercício-Dalai-Lama. Mas também não é impossível. Basta ter persistência. E paciência pra seguir em frente...