Somos tão um. Somos tão dois. Estamos ao lado e distantes. Assim como a madrugada, talvez uma canção mal acabada. Versos incompletos. Carta não assinada. Uma linha sem fim. Conhecidos e desconhecidos. Cúmplices e inimigos. Parecidos com uma tela ainda sem cor. Ou quem sabe um painel cheio de tintas e nenhuma definição? Pintura abstrata. Mas que é muito exata. Exata no que se refere ao que fala o coração.
Somos achados. Somos perdidos. Indecifráveis e intocavéis. Nos escondemos através de artifícios. Por entre sorrisos e lágrimas as verdades são ditas. E começamos a escrever uma história. História sem fim, assim como a linha. Assim como uma carta escrita e queimada. Assim como um verso que não faz sentido. Assim como a canção que espera seu término e seu arranjo. Assim como as madrugadas dos insones...