Todo mundo quer alguém. E eu também. Mas eu não quero alguém-comum. Quero alguém diferente. Uma pessoa que goste de viajar. Goste de cachorros. Cinema. Que me traga chocolate quando eu estiver na tpm (e fora dela). Não quero uma pessoa que me canse. Nem me dê muito trabalho, muito pelo contrário. Quero uma pessoa simples. Que seja fácil de se apaixonar. Que se dê bem com os meus amigos. Que goste dos dias ensolarados e das noites de luar. Que não se importe e nem dê muito valor para os meus deslizes e loucuras-diárias. Que tenha pequenos sonhos. Grandes sonhos. Que divida os sonhos. Alguém que não faça uso apenas de palavras e frases-de-efeito. Que tenha atitude. E personalidade. E seja inteligente. Que tenha o olhar sincero e o sorriso verdadeiro. Quero alguém que não seja muito sério. Que seja divertido e saiba rir. Mas rir de verdade. Uma pessoa que não tenha a cara amarrada. Também não pode ser ciumento, mas tem que ter ciúme. Aquele ciuminho besta, mas que não faça cenas. Não quero alguém complicado. E estressado. Quero alguém leve, com um lado colorido e que goste de beijar na chuva. E que me surpreenda. E que não goste de viver na rotina. Uma pessoa que mande flores. E escreva cartas. Ou poesias. Ou palavras soltas num guardanapo de papel de boteco. Que saiba que com o coração não se brinca, mas que brinque com os problemas que acontecem no dia-a-dia. Que goste de champagne. E chopp. Que aprecie a culinária japonesa e goste de bar com bancos de madeira. Que goste do mar e do barulho que as ondas fazem. Que segure a minha mão nos filmes de suspense. E terror. Que ature a minha mania de querer tudo pra ontem. E as minhas tantas outras manias esquisitas. Que goste de jazz. Que NÃO goste de pagode. Que goste do John Mayer. E do Arnaldo Jabor. Que não ache idiota as comédias-românticas. Que goste de romance. E de carinho. Mas que não seja grudento. Alguém que seja amoroso, mas que respeite meu espaço. E que não seja espaçoso. Quero alguém que não ache vergonhoso chorar. E se sentir perdido. E que entenda meu sorriso-segurando-o-choro. E que não ache que é coisa de menininha uma mulher chorar. Alguém com coragem. Sem medo da vida. E sem medo de viver. Alguém que viva. E que saiba amar. Alguém que já tenha tido um amor. E que já tenha chorado por ele. Afinal, quero alguém que saiba o que é amar. E que saiba dar valor pra isso.
Sobre o blog
Clarissa Corrêa
Clarissa Corrêa é escritora e redatora publicitária.
É autora dos livros Um pouco do resto, O amor é poá, Para todos os amores errados e Um pouco além do resto.
Já foi colunista do site da Revista Tpm, do Vila Mulher e do Donna.
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