Luzes acesas e acesas e acesas
By Clarissa Corrêa | 01:37
Eu não consigo dormir. Juro, eu tento. Leite quente. Chá de camomila. Contagem de carneirinhos, ovelhinhas, vaquinhas, burrinhos. Aproveitando a onda-zôo, até aqueles remedinhos-sossega-lion. Mas a leoa é guerreira. Resiste.
Vou enlouquecer. Juro, eu vou. Penso, penso, penso. Chega de pensar, alguém faz alguma coisa, pensar demais cansa.
Não quero mais chorar. Juro, não quero. Vou ficar com rugas mais cedo. Minha cara parece uma bola de boliche (os furos são os olhos, o redondo é todo o resto).
Não aguento mais ficar longe de você. Juro, não aguento. Meu coração dói. Fico com falta de ar. Gastrite. Dor de cabeça. A saudade é alergia. E é tipo bolha no pé: dói. Tipo bolha no pé eterna: dói sempre.
Quero tentar de novo. Juro, quero. Você vai ver como as coisas serão diferentes. Dá uma chance para nós dois, não foge agora, não me dá as costas, não vira o rosto para mim. Apenas me olha. Me sente. Confia. Acredita.
Quero perder o medo. Juro, preciso. Preciso perder o medo de ter você. Ter você me assusta, pois se o que amamos nós somos, sou você. Perder você é paranóia. Perde o medo comigo, te dou a mão.
Juro.