Nem sempre o que resta é o resto

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Desde pequena me meto em confusão. Não importa se é mini, grandalhona, média, enfim, confusão é confusão, independente do tamanho. Confusão aqui, ali, acolá. Aí eu deduzi: minha vida é confusa (deve ser porque eu sou confusa, bingo!!!).

O interessante é que antes eu era pequena e agora eu cresci. Você sabe: a gente cresce e os problemas não ficam parados, eles tomam danoninho, muito ferro e muita vitamina e ficam fortes, corados e sadios. E (bingo, again!) nos acompanham. São que nem cola de sapateiro: cheiro forte e coladinhos, coladinhos, não desgrudam.

Preciso assumir, sempre tive (terei?!?) complexo, síndrome, seja lá como for, de Peter Pan. Yo también tengo miedo! Mas o medo é definido de que forma? Como perdê-lo? Como enfrentá-lo? Como saber a hora certa de arregaçar as mangas, colocar o nariz para o planeta inteiro ver e ouvir as vozes que dizem que você vai chegar lá? Como? Como? As perguntas torturam. A falta de respostas-calmantes (efeito lexotan) não chegam com o acender das luzes e o nascer do sol. A dúvida deita e dorme e acorda ao seu lado. Você não está só. Nunca.

Então eu lavei o rosto e, com a água, veio a solução. O medo existirá sempre. Tenho que me moldar, me adaptar, me acostumar. E ir andando. O mundo nunca vai me ceder o lugar. Ele roda e roda que nem disco na vitrola. Mas você precisa aprender a ouvir a música que está rodando com ele...mesmo que esteja um silêncio total. Você não pode pedir licença. Seja mal educado pelo menos uma vez. Se atravesse na frente do mundo, nem olhe para trás. Apenas vá. Vá e não pense. Caminhe e não pare. Don´t stop.

O medo dorme ao meu lado, mas o meu sono é mais forte. O medo acorda e me dá bom dia, mas meu despertar é mais perspicaz. Não posso alimentá-lo. Ele que morra de fome. De mim não terá nada.

A minha vida segue confusa, mas no meio de tudo isso eu arrumei um sofá para sentar, descansar e até mesmo ver um filme. Não dá para controlar tudo, mas preciso fazer tudo que eu devo. A intuição sempre bate na porta, te dá um aviso. Não é fácil morar sozinha, não é mole mudar de vida, não é barbada trocar de país, não é para qualquer um surtar com elegância. Quem disse que era fácil?

No fim de tudo...eu consigo ver: crescer nem tira pedaço. Crescer não dói. E nem sempre o que resta é o resto. Muito mais está por vir.




PS. Andei uns dias ausente, senti saudade e voltei! De vez em quando a gente tem que apertar no pause, reler um livro, rever fotos antigas, limpar o armário, trocar a cor do cabelo, empilhar as emoções, encaixotar o que não tá valendo, separar por cores os sentimentos. E aí...segue o baile. O importante é bailar.
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