Boa noite. Você conhece alguém que chore em propagandas natalinas do Bourbon? Alguém que pegue a taça de vinho e brinde (tim-tim) com a garrafa? Alguém que esteja com algo entalado na garganta (aquela coisa presa que precisa ser vomitada) e diga tudo para o espelho? Eu explico: ao invés de falar tudo para a pessoa é só olhar para o espelho, fingir que é o dito cujo e desabafar. Você conhece alguém que imagina cinco desfechos diferentes para cada situação e, geralmente, erra sempre? Você conhece alguém que chora vendo declarações de amor alheias? It´s me, baby. It´s me.
Eu te conheci, quis segurar a sua mão e dizer: enfrentaremos qualquer barra, seguraremos qualquer onda, estarei sempre ao seu lado, vou te amar, te desejar, ser fiel, ser tudo na sua vida e vamos olhar para os outros e dizer que, sim, vamos ser felizes para sempre. Eu sei, ta, sei que já disseram que o pra sempre sempre acaba. Como diria Cazuza, minha vida é um engarrafamento. Digo mais: buzinas incessantes, gente gritando, mal educados gesticulando e nome feio rolando. Oh, yeah, baby. Mas aí eu te conheci, pensei que iríamos fazer um show de tango, o primeiro, o do meio, o último. Em Paris, em Buenos Aires, onde você quisesse.
Não me dei conta que você era um vendedor. Vendedor de sonhos. Olha, te vendo esse, você compra, fica com ele. Fica com o sonho para você, sou egoísta e não divido nada. Não é assim? Você nem soube se dividir, se doar. Ah, por deus, eu te queria tanto! Roí as unhas, fui testemunha da minha pena, fui companheira de mim mesma naquela coisa chamada fossa. Aí eu tentei de tudo, tentei ser o que você queria, tentei me encaixar na sua vida, quis brincar de lego, de pega-pega, de quebra-cabeça...e você só queria o esconde-esconde. E eu te procurando. Incessantemente. Incansavelmente. Insanamente. Verdadeiramente.
Você mente. Me ama? Não parece. Cada um tem um jeito de amar, uma forma, uma maneira. Believe me, eu quis entender a sua. Fiz esforço. Resolveu? Busquei soluções, saídas, mágicas, qualquer coisa que servisse. Tudo ficou apertado. Quis comprar um número maior, para ficar mais confortável. Achei e não ficou. Apertava mesmo assim.
Aí eu parei de me culpar. Olhei bem para mim, olhei para você, nesse seu olho lindo de morrer, imaginei você no meu espelho e me deu uma vontade absurda de pular naquele espelho, arrancar a camisa dele, beijar a boca...aí eu vi que tava louca. Espelho não usa camisa, não tem boca, não é você. Ninguém é você. Meu coração pulou com essa descoberta. Bateu um vento e ele fez meu coração balançar e dizer que estava com frio e gritar para eu fechar uma janela. Só que ele não tem janelas, nem portas, nem nada. Lá só tem espaço para você.
Eu me senti perdida, confusa, atordoada, maluca, desesperada. Só queria uma coisa simples, comum, banal, aquilo que todo mundo quer: a verdade. Busquei ela dentro de mim: se você me amasse não agiria assim. Então eu resolvi abandonar você, vai doer, vou sofrer, vou beber, vou me acabar, vou incomodar meus amigos, vou passar noites em claro, mas preciso te deixar. Preciso conseguir arrancar os pedaços que você deixou em mim.
Vou lembrar de você em cada música, em cada palavra, refrão, parágrafo, cor, espátula, pincel. Em cada dia, cada sonho, cada noite, cada madrugada, cada lembrança, cada lágrima. Não vou esquecer de você mesmo te odiando, tendo raiva, nojo, paixão, desamor, desprezo, amor. Em cada livro, cada banho de mar, cada frase, cada vez que eu respirar...vou lembrar. Minhas noites terão reticências na expectativa de você chegar.
Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira e nem vai me procurar que eu sei. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Imaginar nossa vida juntos, naquela casa bonita com cachorros e com a sua filha correndo pela sala.
Então eu percebo: it´s me. E minhas vontades são bipolares demais.
Eu te conheci, quis segurar a sua mão e dizer: enfrentaremos qualquer barra, seguraremos qualquer onda, estarei sempre ao seu lado, vou te amar, te desejar, ser fiel, ser tudo na sua vida e vamos olhar para os outros e dizer que, sim, vamos ser felizes para sempre. Eu sei, ta, sei que já disseram que o pra sempre sempre acaba. Como diria Cazuza, minha vida é um engarrafamento. Digo mais: buzinas incessantes, gente gritando, mal educados gesticulando e nome feio rolando. Oh, yeah, baby. Mas aí eu te conheci, pensei que iríamos fazer um show de tango, o primeiro, o do meio, o último. Em Paris, em Buenos Aires, onde você quisesse.
Não me dei conta que você era um vendedor. Vendedor de sonhos. Olha, te vendo esse, você compra, fica com ele. Fica com o sonho para você, sou egoísta e não divido nada. Não é assim? Você nem soube se dividir, se doar. Ah, por deus, eu te queria tanto! Roí as unhas, fui testemunha da minha pena, fui companheira de mim mesma naquela coisa chamada fossa. Aí eu tentei de tudo, tentei ser o que você queria, tentei me encaixar na sua vida, quis brincar de lego, de pega-pega, de quebra-cabeça...e você só queria o esconde-esconde. E eu te procurando. Incessantemente. Incansavelmente. Insanamente. Verdadeiramente.
Você mente. Me ama? Não parece. Cada um tem um jeito de amar, uma forma, uma maneira. Believe me, eu quis entender a sua. Fiz esforço. Resolveu? Busquei soluções, saídas, mágicas, qualquer coisa que servisse. Tudo ficou apertado. Quis comprar um número maior, para ficar mais confortável. Achei e não ficou. Apertava mesmo assim.
Aí eu parei de me culpar. Olhei bem para mim, olhei para você, nesse seu olho lindo de morrer, imaginei você no meu espelho e me deu uma vontade absurda de pular naquele espelho, arrancar a camisa dele, beijar a boca...aí eu vi que tava louca. Espelho não usa camisa, não tem boca, não é você. Ninguém é você. Meu coração pulou com essa descoberta. Bateu um vento e ele fez meu coração balançar e dizer que estava com frio e gritar para eu fechar uma janela. Só que ele não tem janelas, nem portas, nem nada. Lá só tem espaço para você.
Eu me senti perdida, confusa, atordoada, maluca, desesperada. Só queria uma coisa simples, comum, banal, aquilo que todo mundo quer: a verdade. Busquei ela dentro de mim: se você me amasse não agiria assim. Então eu resolvi abandonar você, vai doer, vou sofrer, vou beber, vou me acabar, vou incomodar meus amigos, vou passar noites em claro, mas preciso te deixar. Preciso conseguir arrancar os pedaços que você deixou em mim.
Vou lembrar de você em cada música, em cada palavra, refrão, parágrafo, cor, espátula, pincel. Em cada dia, cada sonho, cada noite, cada madrugada, cada lembrança, cada lágrima. Não vou esquecer de você mesmo te odiando, tendo raiva, nojo, paixão, desamor, desprezo, amor. Em cada livro, cada banho de mar, cada frase, cada vez que eu respirar...vou lembrar. Minhas noites terão reticências na expectativa de você chegar.
Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira e nem vai me procurar que eu sei. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Imaginar nossa vida juntos, naquela casa bonita com cachorros e com a sua filha correndo pela sala.
Então eu percebo: it´s me. E minhas vontades são bipolares demais.