Hoje eu quero fazer um DR com vocês. Vocês, que gastam (ou ganham) minutos do dia me lendo. Vocês, que gostam ou desgostam do que escrevo. Vocês, que depois de muito tempo permaneceram aí, não fugiram, não foram embora.
Em primeiro lugar: muito obrigada. Gosto de cada coisa que eu recebo, às vezes surgem acontecimentos esquisitérrimos, mas obrigada. Gosto de gente esquisita. Sou esquisita e muitos de vocês também. Agradeço o carinho, o respeito, os comentários, as críticas, os e-mails. Aviso de antemão: o terra sempre teve problemas, aquelas malditas letrinhas que a gente tem que digitar, sei que é um pé no saco. Mas agora o terra resolveu, num passe de mágica, fazer as letrinhas se mudarem e não deixarem endereço. É, as letras sumiram, logo, comentários sempre dão "erro". Essa palavra me assusta. ERRO. Deve ser porque eu erro demais. Todos os dias. Onde eu tava mesmo? Lembrei. Terra com problemas. Mesmo assim, eu sempre recebi mais e-mails do que comentários. E confesso que prefiro. Gosto de responder, quem me conhece sabe. Procuro responder todos os e-mails, gosto dessa interação. Nos comentários isso se torna impossível, exceto se a pessoa tem uma página na web e coloca ali. Do contrário nada feito.
Uma vez recebi um e-mail curioso. Eu havia me ausentado uns dias (acontece, ta? nem sempre a gente tem cabeça boa pra escrever, nem sempre a idéia flui, nem sempre rola uma amizade com papel e caneta/teclado e tela) e um cara me mandou uns 4 e-mails. E deixou comentários. No começo achei ele meio agressivo, meio rude. Ele dizia mais ou menos assim "Porra, Clarissa, você sumiu, desapareceu, faça o favor de avisar os fãs quando não posta, entro que nem um babaca, perco o meu tempo e tem texto velho, que falta de consideração!". Achei aquilo meio invasivo e indelicado. Pensei mas que porra é essa? O que esse cara pensa? Ficar me cobrando? Minha vida não é só blog. Tenho mil coisas pra fazer. Tenho faculdade, família, amigos, trabalho, um coração ignorante que nunca aprende nada, cachorra. Tenho meus livros e minhas músicas. Nossa, tenho muita coisa. Então eu fiquei realmente puta.
Ainda bem que a gente muda de idéia em alguns aspectos. Pensei melhor e vi o seguinte: o cara mandou e-mails, o cara comentou no blog, o discurso dele era basicamente o mesmo. Mudei. Me senti lisonjeada. O cara gosta tanto do que escrevo que ficou puto e se sentiu ofendido pelo fato de eu não avisar que passaria uns dias sem postar nada novo. Ele entra todos os dias quando chega no trabalho, na hora do almoço e depois do Jornal Nacional. Putz, ele tem expectativa de que tenha um texto novo, mesmo que seja uma bosta, mesmo que seja pra meter pau. Mas ele gosta, ele espera, ele se sente desconfortável quando não tem nada novo. Então eu respondi pra ele "desculpa, tive problemas pessoais". Pedi desculpa!!!!!!!! Não que eu tenha vergonha de pedir desculpa, mas pedi desculpa pra um cara que até pouco tempo atrás eu tava achando que estava invadindo a minha vida e a minha privacidade me cobrando coisas!
Outra vez, faz pouco tempo, recebi um comentário de um cara que chamou a minha atenção. Ele não colocou nome, se entitulou "admirador". Obrigada, adoro admiradores. Sou exibida mesmo, adoro um confete. Adoro que me adorem. Não confundam esse lado infantil de adorar essas coisas com um jeito esnobe. Não sou esnobe. Só gosto de paparico. Mas também gosto de críticas. Adoro. Já falei isso aqui. Bom, voltemos ao admirador. Ele disse que gostava do que eu escrevia, mas que às vezes era uma visão melancólica, triste, de uma tristeza hilária. Gostei disso. Eu sou melancólica. Não confundam com depressiva. Não. Eu choro sim, eu lembro sim, eu choro abraçada em cartas, aquela coisa meio mexicana bagaceira, sabe? Choro mesmo. Me olho no espelho pra chorar. Limpo as lágrimas com as costas da mão fazendo charme. Faço drama mesmo e tudo na minha vida é exagero. Meus sentimentos, meu jeito, tudo. Eu gosto disso. Eu amo exageradamente. Não confundam com sufocamento. Não sufoco. Só amo em demasia. Com intensidade. E adoro ser assim, eu juro. Sofro demais por isso, mas vivo demais justamente por isso. Não saberia ser diferente.
O que mais? Ah, tristeza hilária. Sim. Eu tenho um negócio que acho uma puta qualidade: mesmo ferrada eu tô rindo. Mesmo quebrada eu tento achar um lado bom pra sorrir. Sempre fui assim, eu tomo, eu levo, mas tô rindo. Tem que ser. Se entregar é besteira. Desistir não ta no meu vocabulário. E foi então que ele disse "seus textos combinam com dia de chuva ou vento num dia nublado!". Num primeiro momento eu não gostei, confesso. Achei que, de repente, o cara me vê de uma forma down. Mas não. Quer saber? Achei lindo, foi uma das coisas mais bonitas que me falaram. Em dias de sol todo mundo quer estar na rua, tomar um chimarrão na praça, levar as crianças pra passear, dar uma voltinha no calçadão, ir pro posto 9, enfim...dias de sol nós vamos pra rua. E os dias de chuva? E o vento num dia nublado? A gente fica em casa, quentinho, quietinho, procura uma coisa pra se ocupar. E aí eu entrei. Meus textos combinam com isso. Que bom, adoro fazer companhia pra vocês. Ainda mais em dias solitários.
Amores, quero dizer que vocês também me fazem companhia. O escritor que diz que não se importa com o que os leitores pensam está mentindo. O escritor que diz que não tem intenção nenhuma quando escreve está sendo hipócrita. Eu me importo com o que vocês pensam. E tenho intenção quando escrevo: se pelo menos uma pessoa se identificar, se emocionar, rir, chorar, pensar a respeito, ler duas, três vezes um texto meu já valeu o dia. Já valeu o texto. Já valeu ter largado o Direito e a Psicologia pra estar aqui.
Um beijo,
Clarissa Corrêa
Em primeiro lugar: muito obrigada. Gosto de cada coisa que eu recebo, às vezes surgem acontecimentos esquisitérrimos, mas obrigada. Gosto de gente esquisita. Sou esquisita e muitos de vocês também. Agradeço o carinho, o respeito, os comentários, as críticas, os e-mails. Aviso de antemão: o terra sempre teve problemas, aquelas malditas letrinhas que a gente tem que digitar, sei que é um pé no saco. Mas agora o terra resolveu, num passe de mágica, fazer as letrinhas se mudarem e não deixarem endereço. É, as letras sumiram, logo, comentários sempre dão "erro". Essa palavra me assusta. ERRO. Deve ser porque eu erro demais. Todos os dias. Onde eu tava mesmo? Lembrei. Terra com problemas. Mesmo assim, eu sempre recebi mais e-mails do que comentários. E confesso que prefiro. Gosto de responder, quem me conhece sabe. Procuro responder todos os e-mails, gosto dessa interação. Nos comentários isso se torna impossível, exceto se a pessoa tem uma página na web e coloca ali. Do contrário nada feito.
Uma vez recebi um e-mail curioso. Eu havia me ausentado uns dias (acontece, ta? nem sempre a gente tem cabeça boa pra escrever, nem sempre a idéia flui, nem sempre rola uma amizade com papel e caneta/teclado e tela) e um cara me mandou uns 4 e-mails. E deixou comentários. No começo achei ele meio agressivo, meio rude. Ele dizia mais ou menos assim "Porra, Clarissa, você sumiu, desapareceu, faça o favor de avisar os fãs quando não posta, entro que nem um babaca, perco o meu tempo e tem texto velho, que falta de consideração!". Achei aquilo meio invasivo e indelicado. Pensei mas que porra é essa? O que esse cara pensa? Ficar me cobrando? Minha vida não é só blog. Tenho mil coisas pra fazer. Tenho faculdade, família, amigos, trabalho, um coração ignorante que nunca aprende nada, cachorra. Tenho meus livros e minhas músicas. Nossa, tenho muita coisa. Então eu fiquei realmente puta.
Ainda bem que a gente muda de idéia em alguns aspectos. Pensei melhor e vi o seguinte: o cara mandou e-mails, o cara comentou no blog, o discurso dele era basicamente o mesmo. Mudei. Me senti lisonjeada. O cara gosta tanto do que escrevo que ficou puto e se sentiu ofendido pelo fato de eu não avisar que passaria uns dias sem postar nada novo. Ele entra todos os dias quando chega no trabalho, na hora do almoço e depois do Jornal Nacional. Putz, ele tem expectativa de que tenha um texto novo, mesmo que seja uma bosta, mesmo que seja pra meter pau. Mas ele gosta, ele espera, ele se sente desconfortável quando não tem nada novo. Então eu respondi pra ele "desculpa, tive problemas pessoais". Pedi desculpa!!!!!!!! Não que eu tenha vergonha de pedir desculpa, mas pedi desculpa pra um cara que até pouco tempo atrás eu tava achando que estava invadindo a minha vida e a minha privacidade me cobrando coisas!
Outra vez, faz pouco tempo, recebi um comentário de um cara que chamou a minha atenção. Ele não colocou nome, se entitulou "admirador". Obrigada, adoro admiradores. Sou exibida mesmo, adoro um confete. Adoro que me adorem. Não confundam esse lado infantil de adorar essas coisas com um jeito esnobe. Não sou esnobe. Só gosto de paparico. Mas também gosto de críticas. Adoro. Já falei isso aqui. Bom, voltemos ao admirador. Ele disse que gostava do que eu escrevia, mas que às vezes era uma visão melancólica, triste, de uma tristeza hilária. Gostei disso. Eu sou melancólica. Não confundam com depressiva. Não. Eu choro sim, eu lembro sim, eu choro abraçada em cartas, aquela coisa meio mexicana bagaceira, sabe? Choro mesmo. Me olho no espelho pra chorar. Limpo as lágrimas com as costas da mão fazendo charme. Faço drama mesmo e tudo na minha vida é exagero. Meus sentimentos, meu jeito, tudo. Eu gosto disso. Eu amo exageradamente. Não confundam com sufocamento. Não sufoco. Só amo em demasia. Com intensidade. E adoro ser assim, eu juro. Sofro demais por isso, mas vivo demais justamente por isso. Não saberia ser diferente.
O que mais? Ah, tristeza hilária. Sim. Eu tenho um negócio que acho uma puta qualidade: mesmo ferrada eu tô rindo. Mesmo quebrada eu tento achar um lado bom pra sorrir. Sempre fui assim, eu tomo, eu levo, mas tô rindo. Tem que ser. Se entregar é besteira. Desistir não ta no meu vocabulário. E foi então que ele disse "seus textos combinam com dia de chuva ou vento num dia nublado!". Num primeiro momento eu não gostei, confesso. Achei que, de repente, o cara me vê de uma forma down. Mas não. Quer saber? Achei lindo, foi uma das coisas mais bonitas que me falaram. Em dias de sol todo mundo quer estar na rua, tomar um chimarrão na praça, levar as crianças pra passear, dar uma voltinha no calçadão, ir pro posto 9, enfim...dias de sol nós vamos pra rua. E os dias de chuva? E o vento num dia nublado? A gente fica em casa, quentinho, quietinho, procura uma coisa pra se ocupar. E aí eu entrei. Meus textos combinam com isso. Que bom, adoro fazer companhia pra vocês. Ainda mais em dias solitários.
Amores, quero dizer que vocês também me fazem companhia. O escritor que diz que não se importa com o que os leitores pensam está mentindo. O escritor que diz que não tem intenção nenhuma quando escreve está sendo hipócrita. Eu me importo com o que vocês pensam. E tenho intenção quando escrevo: se pelo menos uma pessoa se identificar, se emocionar, rir, chorar, pensar a respeito, ler duas, três vezes um texto meu já valeu o dia. Já valeu o texto. Já valeu ter largado o Direito e a Psicologia pra estar aqui.
Um beijo,
Clarissa Corrêa