Eu gosto de gente que abraça. Abraça mesmo. Forte. Apertado. Gostoso. Com vontade. Esmagando. Abraço de urso. Não gosto de mão molenga, mas de mão firme. Braço que sabe o lugar que quer chegar. Dedos que não precisam de setas: vão sozinhos e certeiros. Você é assim.
Tem sempre o melhor abraço do mundo para me dar. Na verdade você tem um abraço para cada ocasião. Tem o abraço que protege, aquele que busco nas horas de incerteza e insegurança. Tem o abraço deixa-eu-te-pegar-no-colo que é para os meus momentos de manha. Faço manha e cara de bebê, você retribui com cara de bebê e fica piscando os olhinhos sem parar, você e seus cílios compridos. Fica fazendo graça e me desarma e arranca aquele sorriso lá do meu lugar mais fundo. Tem o abraço não-me-abandona que é usado quando você precisa de mim. Nesse eu gosto de te apertar o mais forte que consigo para que você sinta que não vou sair do seu lado. Tem o abraço fica-paradinha-não-se-mova que é aquele que a gente fica colado assistindo filme. Você me abraça e eu fico quieta, pois sei que, mesmo prestando atenção em algo, você está ali por completo.
Aliás, você sempre esteve. Você sempre deixa as suas mãos no meio das minhas, nossos dedos ficam dançando e você olha daquele jeito que me atravessa e desmonta. Sinto o calor e suavidade das suas mãos quando falta luz. Você aperta a minha mão quando alguém dá em cima de você, conheço suas formas de expressão: é a sua maneira de dizer "só você importa pra mim".
Por mais que eu falasse você não entenderia. Mas quero te abraçar agora para você sentir tudo aquilo que eu insisti em esconder.