"Minhas palavras
São como minhas roupas
Boto todas pra fora
Experimento
Invento
Deixo jogadas
Amontoadas
Sujas
Mudas
Sobre mim."
(Paula Taitelbaum, Ménage à trois, p.11)
"...uma garrafa do melhor vinho francês...toma devagar, vai te fazer bem. inclusive dormir. fica contente. não vou dizer que a gente te ama, é fácil demais. e se quiser vir lá pra baixo, pra dançar e cantar, bater papo, tudo bem. faça o que você achar melhor. o vinho está aqui..."
(Charles Bukoswski, Crônica de um amor louco, p. 111)
"Nesse universo de ficção, os problemas eram sofisticados. Haviam punhos de rendas em pulsos cortados, e não simples ataduras. Nos pensamentos de Ana, tudo é poético. Os dramas criados por ela são permeados pelo lirismo. A vida de Lívia é a sua vida, em proporções variadas. Ela inventou uma outra realidade para si própria. Pode fechar os olhos e ressuscitar todos esses personagens, ou outros. (...) Porque sempre bastará fechar os olhos para viver uma outra história."
(Fernanda Young, Vergonha dos pés, p. 91)
"Sinto lhes dizer, mas coisas boas acontecem, pessoas às vezes se amam de verdade, felicidade existe, famílias podem ser unidas, sucesso ocorre-e acreditem, não é caminho para o céu ou porta para qualquer academia-aliás, nenhuma me interessa."
(Lya Luft, Em outras palavras, p.109)
"Como lutar contra eles? Por exemplo, o Tom Jobim, uma das maiores vítimas de chatos, ensinou-me um truque: "Use óculos escuros. O chato fica desorientado quando não vê teus olhos. O chato adora ver o próprio rosto refletido em teus olhos desesperados. Com você de óculos escuros, ele desiste e vai embora." O chato gosta de ver teu sofrimento, por isso não adiantam as respostas malcriadas, resmungos. Ele gruda mais. Não adianta fingir simpatia, na esperança de que ele parta. Não há solução. Se bem que a reza ajuda. O chato está falando e você ali lembrando a "Ave-Maria". Te acalma como um mantra e Deus pode vir em tua ajuda."
(Arnaldo Jabor, Amor é prosa sexo é poesia, p. 42)
"É tão difícil doar silêncio, mais fácil é doar roupas, alimentos não-perecíveis, sangue, vírus, esperma, dinheiro. Doar silêncio é quase um crime inafiançável. É isso que ela pede, algo mínimo, algo discreto, algo despretencioso: o silêncio da lealdade."
(Fabrício Carpinejar, O amor esquece de começar, p.175)
