Relendo as páginas

By | 18:12
Aleluia, irmãos. Finalmente terminei o meu livro. Dizem que a gente tem que ficar bem quietinho quando faz as coisas. Fica quieto, dá três pulinhos e pede pra alguém lá em cima dar aquela força. A coisa saiu dentro do esperado? Pronto, pode falar, espalha bem a notícia. Eu não acredito nessa coisa de olho, mas por via das dúvidas uma vez por semana tomo banho de sal grosso (não espalha, mas também tenho um mini-galho de arruda dentro da carteira. tudo bem: tenho um dente de alho dentro da gaveta). É que as minhas crenças são que nem o dólar: sobem, descem. Em um minuto posso acreditar em diversas coisas.
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Eu falava do olho grande. Ou gordo. Ou grande e gordo, vá lá. Não acredito nisso, acho que quando a gente tem qualquer coisa boa lá dentro qualquer coisa boa volta, mesmo que demore. Por isso eu saio contando o que vou fazer, nem ligo, pode falar. Sempre tem alguém pra falar bem e mal, você sabe disso. É que nem festa: por mais linda que seja sempre tem um que vai sair e no outro dia ligar para o melhor amigo e dizer "nem sabe, tava legal, mas...". Sempre tem um "mas" na vida da gente. E você aí que entra aqui pra saber da minha vida, ei, se deu mal.
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Terminei o livro que estava quase-pronto. Reli todinho, cortei umas crônicas, reescrevi outras tantas, incluí mais algumas. Ele ficou lindo, adorei. Espero que vocês gostem também. Tem uma frase da Virginia Woolf que diz mais ou menos assim "Escrever é que é o verdadeiro prazer, ser lido é um prazer superficial". Acredito e desacredito nisso. Vou explicar. O tal livro que terminei é aquele. Aquele que quase queimou no forno, aquele que eu quase mandei embora, aquele que o parto complicou e tiveram que chamar toda a junta médica. Daí eu resolvi ser bem macha e disse: não precisa anestesia, eu agüento. E pronto. Não dizem que a dor ensina a gemer? Sei gemer bem direitinho. O livro vai direto para as mãos de um Consultor Literário e depois disso...mistério. Verei, veremos. Torce aí para alguma editora botar fé e publicar. Obrigada.
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Woolf, Virginia. Ela tinha e não tinha razão no que disse. Escrever me dá um prazer imenso, indescritível, indefinível, gostosível. É o meu combustível. Prometo um dia me livrar das rimas abestalhadas. Você entendeu que tem um livro na jogada, né? Perdão, um Livro. "L", bem grande. É de crônicas. Algumas estão no blog, outras não. E mais eu não digo, espera sair pra comprar. Alguém tem que comprar, por favor. Do contrário vou ter que pedir para toda a família comprar pelo menos três. Se cada um da família comprar três eu tô no lucro. A minha família é grande, hein? Bom, não vamos contar com o ovo no c* da galinha. Verei, veremos. Woolf, Virginia. Não consegui concluir o que dizia, pra variar. Não acho que ser lido é um prazer superficial. Adoro que você me leia. Adoro que você adore. Adoro que você não concorde com uma linha.
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O Livro. Não é aquele que você pensa e eu já falei, é o Outro. Pra quem não sabe estou escrevendo Outro Livro. Outro, além daquele que verei, veremos. Ficou claro? Não é de crônicas, nem de contos, nem ensaios, nem nada disso. É um romance. E fala daquilo que a gente chama de Comportamento Feminino, porque somos difíceis e complicadas e rendemos diversos livros. Então estou escrevendo ele, o Outro. Estamos bem apaixonados, ele me faz lindas declarações de amor e eu retribuo com beijos ardentes. Adoro falar a palavra ardente. Repete aí: ardente. É gostosa, né? Chega a dar um arrepio na língua, ardente. Escrevo, escrevo e empaco. Quer saber o motivo? Só eu leio e releio e leio mais uma vez. Gosto de escrever para alguém ler. Foi difícil reunir as crônicas e montar o Livro, mas elas são, na maioria, coisas que você conhece (ou não). Escrever o Outro é um tanto estranho, ninguém lê.
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Descobri: preciso escrever e ser lida em seguida. Mesmo que você me deteste.
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