Nunca gostei de quebra-cabeça. É que eu tinha gana de ver tudo pronto, não curtia cada etapa do monta-testa-e-vê-se-dá. Pra mim era muito claro, tinha que entrar ou não. Ou a pecinha faz logo amizade e vai se enturmando com a galera ou ela pula fora e vai fofocar com outra vizinha. Parece primário, soa prático demais. Só que é assim.
.
Não mudei. A vida da gente é um quebra-cabeça, sei disso. Tem que pensar, tentar, ver se dá. E, poxa, se não dá é só tentar de outra forma, com nova abordagem. Isso eu e você sabemos, mas não queira entender por qual motivo eu insisto tanto em tentar enfiar aquela bendita peça naquele raio de lugar. Não encaixa, não entra, me falta entendimento?
.
Raciocínio. Pra jogar tem que raciocinar. É pedir muito, não me peça essas coisas difíceis. Se o jogo seguisse uma linha emocional, tava ganho. Só que ele é o oposto de mim, além do mais, lamento informar que não trabalhamos com jogos, não implore pelo impossível. É por isso que sigo quebrando a cabeça: um dia a peça certa vai estar na minha mão.