Sobre os sonhos que viram realidade

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No meio de suspiros, suspiros e mais suspiros, escrevo o texto de hoje. Na verdade, nem sei se é mesmo um texto ou apenas palavras que não fazem sentido algum. De qualquer forma, vou deixar de lado - por instantes - meu lado emotivo e vou tentar explicar o que estou sentindo agora, agorinha, agora mesmo.

Todo mundo fala que é bonito sonhar e que não devemos deixar alguém falar que sonhos são coisas que pertencem somente ao mundo cor-de-rosa. Minha ideia de ter um blog nasceu em 2004, mas eu tenho - e tive - muitas ideias furadas que não resultam em nada. Escrevo desde que eu tinha seis anos e meu principal objetivo sempre foi causar algum tipo de emoção nas pessoas. Com o resultado do blog, com os e-mails diários, com o número significativo de gente que me lê, vejo que consegui e consigo fazer isso.

Depois que comecei a escrever e a ser lida, resolvi publicar um livro. Pensei que era fácil, simplinho, saboroso feito um morango. Me enganei. Levei portadas na cara, muitos nãos, muita indiferença, afinal eu era uma Maria Ninguém. Mas tudo isso, ao invés de me fazer desistir, me fez ir atrás do que eu queria. Muita gente riu quando eu disse que era essa a vida que desejava pra mim. E acho que tem gente que ri até hoje. O mesmo aconteceu com a Propaganda: comecei sem saber direito se ia ou não gostar daquele mundo. E me apaixonei, apostei, escolhi isso pra mim. É claro que eu podia ter sido advogada ou psicóloga, podia ter escolhido uma vida mais certa, mas resolvi escolher a vida que me fazia feliz. E o que faz a gente feliz nem sempre é o mais seguro. Engraçado, eu tinha medo de pensar no futuro. Hoje não: faço questão de pensar, de me imaginar mais lá na frente. É um exercício bom e saudável. Aprendo muito com as pessoas, vidas, histórias. Aprendo muito com quem me escreve, com quem convive comigo. Por isso, hoje eu quero dividir um sonho.

Em julho de 2009, mandei meu original para a editora. O livro entrou na fila de produção, mas atrasou e ficou pronto somente em dezembro. E a prova dele chegou hoje, pelo correio. Olha, os meus dedos até empacam. Não tenho como descrever isso direito. Muitos devem pensar ah, é só um livro. Não, não é. Quem me conhece fundo sabe do que falo. Quem me acompanha por aqui também. Muitos amigos meus não sabem o quanto isso significa. Muita gente da minha família desconhece o que eu quero pra mim. Poucos sabem o valor que esse livro tem na minha vida. E ele é muito valioso, muito mesmo.

É por isso que hoje eu faço questão de AGRADECER, em caixa alta. Obrigada a cada pessoa que entra no meu blog todo o santo dia em busca de um novo texto. Obrigada a quem já conhece meus textos do passado de cor. Obrigada a quem me escreve e se identifica. Obrigada a quem virou meu amigo, manda carinho e demonstra preocupação. Obrigada a quem me deu força pra continuar e continuar e continuar. Agradeço aos meus amigos, que deram palpite e ouviram minhas lamúrias. Agradeço a todo mundo da minha família, que foram pacientes, amorosos e entenderam minhas escolhas. Agradeço a dona Clara, que se orgulha e fica torcendo, te dei um netinho, hein mãe? (O de verdade chega mais lá na frente.) Agradeço ao seu Paulo, meu pai, que me ajudou em vários momentos (preciosos!!), lê tudo que eu escrevo e se parece bastante comigo no jeito desajeitado de expressar sentimentos. Agradeço ao Pamplona, que deixou a minha capa uma lindeza só, obrigada demais. Agradeço a Claudinha, que escreveu uma orelha linda e é um amor de gente. Agradeço a Maga, que escreveu um prefácio fofo e se tornou uma grande amiga, daquelas que estão na alegria e na tristeza. Agradeço ao apoio que recebi, foram tantos os que estavam torcendo! E agradeço ao Francisco, meu amor, que riu comigo, me abraçou nas vezes em que eu achei que nada ia dar certo, me ouviu tagarelando rumo ao infinito, aguentou meu stress, meu choro, minhas dúvidas, me escutou falar do livro novecentas milhões de vezes, ajudou no dia das fotos, esteve presente em cada momento, me abraçou bem forte quando a vida não tava muito a fim de constituir amizade comigo, que sempre me disse que as coisas dariam certo. E deram.

Quando abri a caixinha e olhei pra ele eu sorri - e depois chorei. Sentimentos misturados e embolados. Sorri primeiro, como se fosse um filho. Dói, mas quando a gente vê o rostinho esquece de tudo (não é o que as mamães dizem?). Sorri, disse oi, sou a Clarissa. E depois chorei. Espero que vocês também sorriam - e chorem. Eu disse que gostava de causar emoção nas pessoas, não disse?



OBRIGADA.
DE VERDADE.

Um beijo grande,
Clarissa


P.S.: Aviso quando rolar o lançamento do meu primeiro livro de crônicas (algumas aqui do blog e outras inéditas) Um pouco do resto, que deve acontecer no finalzinho de março.





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