from http://www.tumblr.com/dashboardHoje, num momento libriano total, pensei sobre as escolhas que a gente faz na vida. É tão difícil escolher entre um e dois, A ou B, entre seguir pela mesma rua ou dobrar na primeira esquina. Para mim, então, a dificuldade se potencializa: sofro ao saber que a escolha precisa ser feita, reflito sobre ela, sonho com a querida, finalmente me decido (!!!) e fico pensando será-que-escolhi-certo? Não descanso nem me dou trégua. E fico tensa, tensa, tensa. Tensa ao cubo, em cubos.
O dilema do dia foi com-que-roupa-eu-vou. Não ia pro samba, nem em uma festa, muito menos tinha uma reunião importante. Eu tinha consulta com um psiquiatra. Há alguns anos, fiz terapia. Primeiro, uma psicanalista. Fui embora na hora em que ela disse que meu gosto por bichos de pelúcia, coisinhas fofas e coloridas e queridices em geral eram coisas de quem não cresceu. Fui embora quando ela disse “troca o cachorro de pelúcia por um homem na tua cama”. Posso gostar de coisa bonitinha sem ser infantilóide. Me poupe, dona Freuda. Depois, fiz terapia com uma psiquiatra renomada e elegante. Eu gostava, mas ela pisou na bola quando me traiu e contou para outra pessoa coisas que não devia. Cadê o profissionalismo? Cadê a ética? Me mandei na hora. Fiquei chateada, a gente se dava bem, me sentia à vontade pra falar de mim – e das minhas partes cinza chumbo. Mas hoje eu fui em um psiquiatra.
Escolhi um homem. Sei que mulher entende mulher, mas acho que alguns homens se esforçam para entender a gente também – e isso vale mais que tudo. Escolhi um homem porque eu precisava entender mais os homens – não são só eles que precisam enxergar nossa alma. Acho que acertei na escolha. Mas e a roupa? Não quis ir de calça pra não ficar tão séria – e estava quente. Não quis ir de vestido pra não ficar tão solta – apesar de estar quente. Não quis ir toda de preto pra ele não pensar que eu estava de luto – apesar de todo mundo saber que pretinho básico, além de charmoso, emagrece e faz bem. Não quis ir de salto porque acordei cedo, tinha que caminhar muito e não queria ficar com dor nos pés. Não quis ir com decote pra ele não pensar que sou uma caçadora de psiquiatras homens – tem muita mulher que sai flertando com seu médico. Depois de muito pensar, coloquei uma saia preta (nem muito longa, pra não parecer da Igreja Universal e nem muito curta, pra não parecer que eu era garota de programa), uma blusinha vermelha, sapatilha preta e casaquinho preto e vermelho. Fui combinando – comigo mesma – falar a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade (pra mim e pra ele). Deu certo. Mas não sei se acertei na roupa.
O dilema do dia foi com-que-roupa-eu-vou. Não ia pro samba, nem em uma festa, muito menos tinha uma reunião importante. Eu tinha consulta com um psiquiatra. Há alguns anos, fiz terapia. Primeiro, uma psicanalista. Fui embora na hora em que ela disse que meu gosto por bichos de pelúcia, coisinhas fofas e coloridas e queridices em geral eram coisas de quem não cresceu. Fui embora quando ela disse “troca o cachorro de pelúcia por um homem na tua cama”. Posso gostar de coisa bonitinha sem ser infantilóide. Me poupe, dona Freuda. Depois, fiz terapia com uma psiquiatra renomada e elegante. Eu gostava, mas ela pisou na bola quando me traiu e contou para outra pessoa coisas que não devia. Cadê o profissionalismo? Cadê a ética? Me mandei na hora. Fiquei chateada, a gente se dava bem, me sentia à vontade pra falar de mim – e das minhas partes cinza chumbo. Mas hoje eu fui em um psiquiatra.
Escolhi um homem. Sei que mulher entende mulher, mas acho que alguns homens se esforçam para entender a gente também – e isso vale mais que tudo. Escolhi um homem porque eu precisava entender mais os homens – não são só eles que precisam enxergar nossa alma. Acho que acertei na escolha. Mas e a roupa? Não quis ir de calça pra não ficar tão séria – e estava quente. Não quis ir de vestido pra não ficar tão solta – apesar de estar quente. Não quis ir toda de preto pra ele não pensar que eu estava de luto – apesar de todo mundo saber que pretinho básico, além de charmoso, emagrece e faz bem. Não quis ir de salto porque acordei cedo, tinha que caminhar muito e não queria ficar com dor nos pés. Não quis ir com decote pra ele não pensar que sou uma caçadora de psiquiatras homens – tem muita mulher que sai flertando com seu médico. Depois de muito pensar, coloquei uma saia preta (nem muito longa, pra não parecer da Igreja Universal e nem muito curta, pra não parecer que eu era garota de programa), uma blusinha vermelha, sapatilha preta e casaquinho preto e vermelho. Fui combinando – comigo mesma – falar a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade (pra mim e pra ele). Deu certo. Mas não sei se acertei na roupa.
