“Não sei se caso ou compro uma bicicleta”. Você já deve ter ouvido essa frase em muitos lugares, mas agora, com a modernidade, é: não sei se caso, moro junto ou compro uma bicicleta. Você acha que existe diferença entre casar e morar junto?
Muita gente acredita que só é uma família de verdade depois que casa. E o “casar” não quer dizer fazer festança, se vestir de noiva e entrar na igreja de braço bem dado com o pai. O “casar” quer dizer assinar o bendito papel. Sim, eu declaro que a gente agora é marido e mulher, o papel diz isso, a sociedade abençoa e o mundo diz sim para a nossa união.
Para alguns casais isso é pura bobagem, afinal de contas “bem casado é quem bem vive” (outra frase que você já deve ter ouvido bastante). Tem gente que faz teste, mora junto para ver se a coisa toda funciona, pois conviver com outra pessoa não é fácil e a gente sabe que o dia-a-dia pode matar qualquer relação. Ou mostrar que vocês são ainda mais felizes juntinhos.
Acho que o papel funciona como um atestado, uma prova de que vocês não são simplesmente namorados (ainda que morem juntos), mas têm um compromisso (por mais que namoro seja, também, um compromisso). O papel dá segurança, prova que o cara quis mesmo casar com você, topou dar um autógrafo na frente de testemunhas e decidiu ficar junto até que a morte separe vocês dois. Mas casamento não é prisão, é união. É a vontade de transformar um em dois, de somar e, também, se doar.
O amor, para ser amor, é doação. A gente tem que abrir mão, de uma forma (in)consciente, saudável e boa, de uma parte nossa para, com isso, enxergar um outro “eu”. O “eu” que ama, que entende que o amor é também sacrifício e um pouco de dor. Sim, ele é. Porque dói deixar o egoísmo de lado. Quem é sozinho pensa em si. Quem tem um amor pensa em si e no outro. Isso tudo pode soar confuso para você, mas tenho certeza que se você tem um amor entende o que estou falando.
Muitos homens encaram o casamento como uma coisa assustadora. Por isso, muitas mulheres engolem aquele velho sonho de casar. Eles têm medo de perder a individualidade, o próprio espaço, a identidade. Mas o amor não é perda. Com ele a gente ganha. Mas para ganhar é preciso se entregar. Com ou sem papel. Porque o que importa é estar junto, aceitando que existem dias bons e nem tão bons assim. Mas, independente disso, escolher dizer “sim”.