Sobre o bafafá da Maria

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O texto da Maria deu o que falar. Deve ser porque a Maria dá o que falar (estou errada?). Maria ficou com Maurício, que saiu da casa e deu ouvidos ao que falaram dela. Ela, por sua vez, achou Wesley um bifão, que por sua vez gostou do jeito desajeitado de Maria, que curtiu os músculos do loirão, que fez carinha de quem tava gostando demais. Então, Maurício voltou, munido de informações e armado de palavras duras. Maria se perdeu, ficou entre dois amores: o nada-bonito ou o todo-bom? Oh, dúvida cruel, Maria.

Ela optou pelo nada-bonito, que escolheu fazer a linha tô-nem-aí. Maria escolheu apenas ser mulher. Bebeu, deu show, disse que gostava, fez, aconteceu, falou, cochichou, sussurrou, chorou, gritou, se desesperou, encheu os ouvidos de todos os amigos e a cara. Todas nós já fomos Maria por pelo menos uma vez, um segundo, um suspiro, uma noite. Ou anos, muitos anos.

Não critico a atitude de Maurício (ele dizia que não, não e não, mas adorava ter ela na volta), só acho assim: ou quer ou não quer. Mulher detesta homem que não se define. Ou diz na cara some-daqui-pra-sempre ou abraça a causa. O que não pode é ficar no chove não molha, dizer que não quer e depois falar nem-me-deu-beijinho-hoje. Pode parar. Eu, particularmente, não sei o que ela viu nele. Bonito não é. E, por favor, ele levanta a bandeira de vamos-reciclar-o-lixo-vamos-nos-amar-o-que-importa-é-a-sinceridade. Concordo. O mundo precisa de amor. O mundo precisa de sinceridade. O mundo precisa de reciclagem de lixo. Mas todo mundo tem defeitos, sabia? Ninguém é perfeitinho. Ninguém é amigo o tempo todo. As pessoas podem ser imundas e traiçoeiras. Pessoas, na essência, não querem sempre o bem do outro, pois o ser humano sabe ser cruel quando quer.

Acho engraçado quem fala mal da Maria. Você, por acaso, nunca se humilhou por causa de um cara? Você, por acaso, nunca foi super sincera e disse tudo que seu coração achava que devia? Você, por acaso, não deixou as palavras se perderem entre os dentes, língua e saliva? Eu já. Por sinal, faço isso o tempo todo. Admiro Maria porque ela é sincera. Maria não tem vergonha de ser ela mesma, de se arrepender. Maria faz o que tem vontade e depois pensa no que fez. Maria é puro impulso, sinceridade solta. Maria é gente de verdade. E sem prazo de validade.

Maria, pra mim, é uma pessoa real. E não uma invenção qualquer. Porque hoje em dia, minha gente, todo mundo inventa um personagem. Maria não, Maria é aquilo que você vê: quer goste ou não.



P.S.:Meu texto estourou em todos os lugares. Pedro Bial comentou (gente, morri muito!) a última frase do meu primeiro texto sobre a Maria. E teve gente legal, muito legal, que me apoiou e que ficou feliz por mim. Agradeço aos queridos Lele Siedschlag, Clara Averbuck e Ale Rocha. Pessoas legais, que nem me conhecem pessoalmente, que retuitaram meu texto e que me deram uma forcinha nesse mundo virtual maluco. Agradeço aos meus leitores (vocês são foda!) que sempre estão comigo. Agradeço aos meus amigos do peito, que ficam felizes com minhas conquistas: ser solidário na merda é fácil, ser solidário na alegria é complicado. E fico com pena das pessoas que vieram fazer a linha “sou tua amiga” logo agora. E fico com mais pena ainda de quem se acha o centro do mundo: ele é redondo e gira, gira, gira. Nem tudo é o que parece. A gente jamais deve julgar os outros e afirmar coisas sem saber ao certo o que realmente aconteceu. É errado, feio, leviano e injusto. No mais, beijos e beijos. Obrigada. E comprem meu livro.
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