Às vezes as pessoas me perguntam o que fazer. Me sinto honrada e um pouco perturbada. Honrada por acharem que sei alguma coisa. Perturbada por perceber que não sei nada. A gente vive aprendendo, dia após dia. Talvez seja esse o grande barato da vida.
Minha vida é uma bagunça e tento colocar tudo em ordem. Acho que a gente passa a vida tentando. Mas algumas coisas eu aprendi levando porrada. A mais importante delas é: nunca posso deixar de ser quem sou. Ninguém merece que eu me mude e me maltrate. Só mudo se quiser e achar necessário, mas mudar para agradar alguém é a maior furada do universo.
As pessoas falam (e mostram) a toda hora quem são. E a gente acredita se quiser (e tiver coragem). Não é fácil, eu sei. Mas se um cara diz que está com você por diversão, acredite: ele está se divertindo com você. Vocês não vão namorar, ele não é o seu príncipe e não merece muita coisa de você. Se você consegue só se divertir, palmas. Mas se ficou balançada, se curte o cara, se sente algo por ele: caia fora o mais rápido possível.
Procuro agir de acordo com meu coração. Todas as vezes em que gostei eu disse. Mesmo não sendo recíproco. Mesmo enchendo meu travesseiro de lágrimas. Mesmo tomando um pé na bunda. Orgulho e sentimento são coisas que não andam de mãos dadas. Pra gostar a gente tem que se entregar e mandar o orgulho pra China.
Me entristece ver que muitas mulheres não se valorizam. O cara não quer nada sério com você, mas te liga pra dar uns beijos. E você vai. Toda vez que ele chama você vai. Depois volta pra casa, coloca a mão na consciência e lembra que adora a voz dele, o riso dele, estar com ele. E que queria algo mais. Mas esse algo a mais ele não quer te dar, por isso você fica com o que sobra. Agora eu pergunto: é o suficiente? Você se satisfaz? Está bom assim?
Desculpa, mas não entendo. Eu quero tudo e mais ainda. Amor tem que encher o coração, a casa, a alma. Pouco ou metades nunca me completaram.