Se meu humor não está dos melhores simplesmente me calo. Não fico de zuzuzu, reclamando das coisas. Fico quieta, fico na minha, fico pra dentro. Acho a maior chatice do universo gente que mistura vida pessoal e profissional, gente que não sabe dar a volta por cima e rir das coisas.
Acumular mágoa dá câncer. E eu adoro a vida, por isso tento me livrar dessas cargas ruins. É claro que nem sempre consigo, é claro que reclamo, é claro que xingo, grito, berro, esperneio, bato o pé, faço birra, me revolto, me rebelo e sou ranzinza. Mas reclamo tudo que dá e depois me limpo. Viro outra, fico nova. Tenho essa capacidade de renovação grande - e me orgulho disso. Odeio juntar tristeza dentro da bolsa.
Na TPM sou o inferno em forma de gente. Brigo por tudo, encasqueto com tudo, sou chata por tudo, faço cena por tudo, tudo é um grande drama e minha vida vira um palco de peça de teatro cafona. Mas depois passa, acho graça, me desculpo e reconheço: foi mal, eu estava na TPM. E isso não é bobagem, não. É caso sério, de polícia, mexe com a gente, bagunça todos os hormônios e neurônios. Por isso me perdoo.
Sou cri cri com algumas coisas. Uma delas é: não tenho nada a ver com seus problemas. Então, seja coerente e não descarregue em mim. Sério, não vem pra cá me dar patada, não senta aqui com essa cara de coitada, não faz assim que não é legal. As pessoas perderam o respeito umas pelas outras. Ninguém tem culpa dos seus problemas. Eu tenho os meus, você tem os seus. E pronto. E ponto. Não vem fazer a pobrezinha que não cola.
Todo mundo tem atrito no trabalho, confusão em casa, stress no relacionamento. É normal, é humano, é natural. E assim a gente segue. O que importa não são as melecas que acontecem na nossa vida, mas a forma como a gente se comporta quando elas acontecem. Não dá pra sair distribuindo pontapés no universo. Tem que parar, pensar, tomar um ar e decidir continuar. Senão nem tem graça ter nascido gente.