Existem muitas coisas chatas na vida. Quebrar uma unha. Sorrir com um grão de feijão no dente da frente. Puxar o fio da meia-calça. Ter dor de barriga no meio da madrugada. Sentir insônia. Tropeçar no meio da rua. Se envolver em fofocas. Sentir ciúme. Mas a pior delas é sentir que alguém está dando uma indireta pra você.
Sou do time se-quer-falar-fala-logo. É bem melhor chegar e dizer logo a que veio. Sem nenhuma máscara ou algo do gênero. Abrir e boca e deixar o coração fazer o resto. Porque bom mesmo é quem fala com o coração.
Muitas vezes falo sem pensar. É o meu jeito. E sofro. Porque nem todo mundo entende. E nem sempre eu me entendo. Quando vejo, ploft, falei. E não adianta a gente tentar voltar atrás no que disse, pois o que foi dito, foi dito. Não dá pra passar uma borracha. É por isso que eu tento pensar um pouco com meus botões pra não magoar quem gosto. É ruim a gente magoar o outro.
Joguinhos não são pra mim. Me perco toda. E também não sei mentir. Fico toda errada e começo a rir feito hiena chapada. Nem eu me aguento de tão mocoronga que fico. Por isso, prefiro usar a verdade. Com moderação. Isso mesmo. Verdade moderada. Se eu sei que a verdade vai ferir resolvo guardar ela no bolso. Não tem sentido ferir alguém usando o argumento eu-não-minto.
Em tempos de internet, as indiretas rolam soltas em redes sociais. É uma chatice sem fim. E o pior é ver a corrida das carapuças: tem gente usando nos tamanhos P, M e G. E se fica apertado eles pedem para trocar. Por favor, se você tem problema com alguém resolva com esse alguém. Seus quinhentos mil seguidores e amigos não têm nada a ver com isso.