Já percebeu que hoje em dia falar o que pensa é crime? É claro que ninguém vai sair por aí metralhando verdades doa a quem doa, sem a menor sensibilidade. Isso é feio, indelicado, grosseiro e desumano. Mas se você diz o que pensa, faz um comentário ou emite uma opinião logo é crucificado. Eu sei, eu sei que tem muita gente que não entende uma opinião ou pensamento. Ou porque a inteligência não consegue alcançar ou porque faltou as aulinhas de interpretação de texto ou porque simplesmente não está de bem com a vida.
Respeito é bom, conserva os dentes e todo mundo gosta. É ou não é verdade? Acho que você tem todo o direito de não gostar de mim. Ou de gostar de mim. De concordar com minhas linhas tortas. Ou não concordar com uma letrinha que coloco aqui. Mas, assim como eu devo respeitar você, você deve me respeitar. É mais bonito. É mais legal. É mais educado.
O mundo precisa de educação, saúde, segurança, boa vontade, delicadeza no agir e no pensar. Mas acho que tudo começa pela educação. Ceder o lugar para uma pessoa mais velha, uma gestante ou uma mulher com criança no colo. Sorrir e dar bom dia para o porteiro do prédio, para o caixa do supermercado, para o vizinho de porta. Agradecer, reconhecer, entender o que o outro tentou explicar. Ser atento. Se colocar no lugar do outro. Parece bobo, parece historinha pra boi dormir, mas é verdade. Já experimentou? A vida fica mais leve, com mais cor. A gente se sente melhor dentro da própria roupa, do corpo, do mundo.
Procuro não fazer mal para ninguém. Vivo a minha vida. Se tenho um problema com alguém, chamo em um canto, falo na cara. E se não sei falar (é que nem sempre sei falar), escrevo. Inúmeras vezes escrevi cartas para pessoas próximas dizendo o que queria dizer. É que não conseguia falar. As letras saem melhor, elas dançam sem vergonha alguma. Já eu nem sempre consigo fazer a voz sair. Não gosto de joguinho, rodeio, gosto de ir direto ao ponto, apesar de falar, falar, falar. Indiretas não são legais, não são pra mim. Tem gente que acha que dou indireta. Normalmente é quem não me conhece. Quem me conhece sabe que sou bem irônica e a ironia muitas vezes se confunde com outras coisas. Mas não os culpo. Ninguém tem a obrigação de me conhecer, mesmo porque me mostro para poucos. Mas quem olha no meu olho instantaneamente me vê. Sou transparente. É exatamente por isso que detesto gente que mete os pés pelas mãos, tem mania de perseguição e acha que o mundo gira ao redor do próprio umbigo.