As surpresas da vida

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É impossível a gente buscar um esconderijo para fugir de algumas verdades. Elas são espertas, sabem direitinho onde nos procurar. E nos acham, para nos colocar frente a frente com aquilo que queremos fingir que não existe. Em outras palavras: não dá pra deixar pra lá. A vida acontece desde que a gente deu o primeiro choro. E todo tempo é precioso demais, já que o amanhã é uma incógnita.

Tenho alguma dificuldade em aceitar mudanças. Resistente, custo a me adaptar. Quero adivinhar a vida, programar os dias, guardar as certezas entre os dedos. Engano meu, a gente não domina o futuro. E deve ser essa a graça de viver: simplesmente não saber. Não saber o que o futuro reserva. Nunca fui muito chegada a surpresas, gosto de saber cada passo.

Quando era pequena, não aguentava esperar até receber os presentes de Natal. Na calada da noite, ia até a árvore e espiava dentro dos pacotes. Só assim dormia feliz, descansada e com a certeza do que viria dias depois. Essa ansiedade toda de saber o que está acontecendo e o que vai acontecer vem da infância. Mas não pode mais me acompanhar na vida adulta. Preciso aprender a aceitar que nem tudo a gente sabe. A vida nos dá uma resposta por dia, não adianta a gente querer colocar o filme pra frente. Ele empaca, não vai.

Li uma entrevista na revista Época com o ator Reynaldo Gianecchini. Vou resumir em uma palavra: amor. Fiquei impressionada com a força, determinação, calma e amor que aquele homem tem dentro dele. É lindo, impressionante, real. E uma prova bonita de que a gente deve viver o hoje com toda a intensidade do mundo. Porque o amanhã é uma surpresa.
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