Eu, definitivamente, não sou uma conformada. Se isso é bom ou ruim ainda não sei te dizer (e provavelmente talvez nunca saiba). Não consigo ficar quieta diante de coisas que me chocam, me tiram o sono e perturbam.
Acabo de ouvir no rádio que um agricultor foi amarrado e espancado. O que levaram dele? Um celular antigo e uma nota de cinquenta pratas. Cinquenta. Cin-quen-ta. Uma mãe colocou um bebê dentro da mochila e enviou de táxi (sim, de t-á-x-i) para uma conhecida. Um jovem casal, dentro de um carro, foi atingido por uma bomba caseira. Mais da metade do corpo e rosto de ambos está queimado. E a vida deles nunca mais será a mesma.
Dois mil e treze mal começou e as pessoas ainda acham que têm esse direito de interferir na vida dos outros sem o menor constrangimento. Cadê a moral, os valores, a ética, a noção, os limites? Onde o mundo vai parar, meu Deus? Me assusto com tanta violência, com tanto descaso, com tanto desamor. Eu não tenho direito de tentar tomar o que é seu. Não tenho direito de fazer maldade para quem quer que seja. Não tenho. É simples, o meu espaço termina onde começa o seu.
Falta educação em casa, na escola, na rua. Falta comprometimento. Falta respeito. Falta verdade. O lixo é pra ser jogado na lata de lixo. Não precisa ser muito esperto pra saber, não dá muito trabalho explicar para seu filho de dois anos que depois que comer bala é só colocar o papel na lixeira mais próxima. Ou então guardar na mochila e colocar no lixo de casa.
Eu trabalho para conseguir comprar as coisas que preciso, quero ou gosto. Nada veio (ou vem) de graça. Por isso, nenhum filho da puta tem direito de invadir a minha casa com uma pistola na mão e tirar tudo que é meu. Não sei onde isso vai terminar (nem de que forma). Trabalhadores são assaltados em ônibus e ficam sem o dinheiro do supermercado do mês. Falta justiça. Falta segurança. Sobram grades, alarmes, empresas que tentam manter a ordem e a paz.
Conheço muita gente humilde que sempre batalhou e batalha até hoje para ter uma vida melhor. Outros escolhem o caminho mais fácil (?) e colocam o pé no mundo do crime. Irmãos que foram criados da mesma maneira e com os mesmos valores seguem rumos diferentes, um estuda e rala e o outro vira criminoso. Por que algumas pessoas têm esse instinto "do mal"? Por que roubam, matam, assaltam, estupram? Não entendo (e não aceito). Acho que a gente já nasce com instinto do bem ou do mal, independente da criação. É a única explicação que vejo. Por isso, fico aqui torcendo para que coloquem no mundo mais gente do bem. Essa talvez seja a nossa salvação.